sexta-feira, 6 de agosto de 2010

i miss you so much

Ola,

Eu não me sinto muito bem.
Isso não é nenhuma novidade, venho falando sobre isso em todos os meus posts...
Eu sinto muito a sua falta, demais, mesmo.
Eu sei que não convivia com voce, o que torna isso ainda mais estranho.
Eu estava em Assis quando soube que voce estava doente, com um tumor no cérebro.
E não pude fazer nada, pois estava à quilômetros daqui.
Eu estava em Assis quando soube que voce estava respirando através de aparelhos.
Eu me lembro como se fosse ontem.
"Eu estava no banco, com meu pai, minha mãe e a Giovanna.
Meu pai e minha mãe cochichavam, eu já sabia o que tinha acontecido, queriam desligar os aparelhos, não podiam fazer mais nada.
Eu comecei a chorar, na hora.
Mesmo à cinco horas de distancia, meu pai quis vir para São Paulo, claro que eu também.
Mas minha mãe não deixou.
Eu só sei que eu chorei.
Chorei muito, como nunca fiz.
Voltei para a casa com meu pai, minha mãe continuou no banco.
Ele pegou a mala dele, e eu queria muito vir com ele, ela era minha sobrinha.
Mas não vim.
E minha tia ligou, chorando, contando que ela sempre perguntava da gente, falando que queria o vovô.
Eu não conseguia responder, os soluços eram mais fortes do que eu.
Quando consegui me acalmar um pouco, minha mãe chega, e diz a segunda frase "voce não foi? pensei que voce tinha ido..."
Cara, como assim?
Não me conformo até hoje, ela ter perguntado se eu tinha ido, sendo que ela não tinha deixado.
Mas enfim, eu fiquei dois dias sem comer, e não sentia um pingo de fome.
Finalmente voltei pra São Paulo, e me recordo dessa cena até hoje..."

Eu sempre penso nisso, e mesmo que não seja verdade, eu me culpo.
Por não ter insisido e vindo para São Paulo com meu pai.
Me sinto culpada, por saber que eu estava me divertindo, até então, enquanto voce sequer respirava.
Eu não consegui me despedir de voce, e isso me machuca muito.
Meus sentimentos são muito bem guardados, mas quando se trata de voce, ah, eles são como água.

Eu me lembro de quando voce vinha aqui pra casa, e saia correndo pegando os brinquedos e os meus chicletes.
Quando voce me abraçava, e quando eu consegui que voce me chamasse de "tia".
Me lembro de quando fui à sua casa, e assistimos "Rebelde" juntas.
Me lembro de quando fui ao seu aniversário, e como voce estava linda.

Só sei que sinto sua falta, e não entendo uma coisa.
Se Deus existe, por que voce não esta viva?
Por que esse tumor não sumiu, após a segunda oração, e logo após voce ter colocado uma válvula na sua cabeça?
Por que Deus não fez alguma coisa, por voce ser tão jovem só dois anos.
Por que?

Eu não sei, mas adoraria saber.
E meu unico pensamento agora, é ir no cemitério e poder me despedir de voce.

Eu te amo tanto, Maria Eduarda, ( + 24/05/2008 ).

Sem mais,

Beeijos,

Naatalia.

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